Problemas de coração
Sl 51:10, 11 - Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.
Quando Davi se sentiu “exposto” pelo profeta Natã por seu caso de adultério com Bate-Seba, fez algo que seria muito incomum para qualquer oficial de governo apanhado em circunstâncias semelhantes hoje: admitiu o pecado. Imagino que ele tenha feito o equivalente a olhar para as câmeras e confessar todo o incidente sórdido.
Quando Davi foi confrontado com seu pecado, admitiu o que havia feito, em vez de tentar desculpar aquilo como um equívoco ou um lapso de julgamento. Ele nem mesmo se internou numa clínica de reabilitação para vencer alguma substância que lhe houvesse anuviado a mente. Aqui se encontra uma clara manifestação da obra do Espírito Santo. Quando o fruto do amor redentor de Deus começa a brotar em nós, somos capacitados a ver claramente o que somos, e, então, somos capazes de confessar sem medo. Além do mais, somos capazes de reconhecer que nossos pecados são mais do que ofensas cometidas contra outros. Em última análise, são pecados contra o próprio Deus.
O fato de ter Davi reconhecido isso é evidenciado por sua confissão: “Contra Ti, só contra Ti, pequei e fiz o que Tu reprovas” (Sl 51:4, NVI). Ele não confessou que havia pecado contra Bate-Seba, a quem havia seduzido e engravidado, ou contra o marido dela, Urias, a quem havia enviado para ser morto em batalha. Clamou a Deus e pediu Seu perdão.
Quando Davi pediu um novo coração, usou a palavra hebraica bara, que significa “criar” (Sl 51:10). É a mesma palavra usada na narrativa da Criação, em Gênesis 1. Em certo sentido, então, Davi estava pedindo a Deus que criasse, do nada, algo totalmente novo, assim como Ele criou o mundo. Não estava pedindo a Deus que simplesmente tirasse a corrupção que estava lá e o consertasse. Desejava um novo coração que seguisse a Deus.
Quando confrontados com a realidade de nosso coração pecaminoso, não precisamos correr e nos esconder envergonhados. Podemos confessar livremente nossos pecados sem lamentar: “O que será que Deus vai fazer comigo?” Podemos livremente permitir que o Espírito Santo nos transforme e crie um novo coração em nós que se pareça com o coração de Cristo.
Vendo o Pai, vendo a nós mesmos
Jo 14:9 - Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Em certa ocasião, o discípulo Filipe pediu a Jesus que mostrasse a ele e aos outros discípulos o Pai. Leia a resposta de Jesus em João 14:9. Esse ponto é mais tarde enfatizado pelo escritor de Hebreus, que descreveu Jesus como representação exata de Deus e o sustentador de todas as coisas.
Veja Hebreus 1:1-3 - Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,
Precisamos compreender que, a fim de conhecermos Jesus, e, dessa forma, conhecermos o Pai, o Espírito Santo precisa estar trabalhando dentro de nós. O Espírito desempenha papel indispensável em nos revelar o modo de ser de Deus e, portanto, o caráter de Deus
Jo 16:5-15 - Mas, agora, vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais? Pelo contrário, porque vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração. Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
Todos nós estamos em apuros
Rm 3:12-20 - todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Rm. 7:7-12 - Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou. Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.
Se tão-somente pudéssemos aceitar o fato de que todos somos pecadores, seria mais fácil desenvolver um espírito de misericórdia uns para com os outros. A maioria dos cristãos prontamente reconhece que é pecadora. O problema é que demasiadas vezes olhamos com grande repugnância e desprezo para os outros porque temos a ideia de que o pecado deles é pior que o nosso
Mt 7:1-6 - Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.
Desculpamos a nós mesmos e imaginamos que aquilo em que fomos apanhados não é tão repreensível como a situação da outra pessoa. A Bíblia, contudo, nega categoricamente essa falácia (Rm 3:12).
Reagimos naturalmente dessa forma quando enfrentamos nossos pecados. Adão e Eva foram rápidos para colocar a culpa no outro quando Deus os confrontou. Desde então, todas as pessoas têm feito o mesmo. Mas o Espírito é capaz de quebrar esse círculo e dar-nos a plenitude de vida que Jesus prometeu.
Considere o fruto da bondade, e pense sobre quão melhor sua vida seria se a bondade de Deus transformasse seu coração. Não saia do caminho como alguns fazem quando acham que são tão maus que Deus não pode fazer nada com eles. Quando aceitamos que somos salvos pela graça de Deus, demonstrada por Cristo e atuante em nossa vida por meio do Espírito Santo, podemos começar a experimentar a paz de Cristo prometida em Mateus 11:29 e 30 - Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mãos à Bíblia |
3. Leia Romanos 3:12-20. Como vemos a realidade dessas palavras ao nosso redor? Como você vê manifesta em sua própria vida? Um dos fatos tristes da vida é que pode haver pessoas muito talentosas e bem dotadas, encantadoras, carismáticas, pessoas de grande habilidade e inteligência que frequentemente rotulamos como “boas” quando, de fato, são corruptas até o cerne. Quando temos diante de nós a ideia da bondade de Deus, podemos entender muito melhor qual é, realmente, a bondade humana. Com frequência, ouvimos as pessoas não cristãs dizerem que não entendem o que os cristãos querem dizer ao afirmar que o ser humano é naturalmente pecaminoso. Afinal, não existem pessoas que fazem coisas boas, que expressam generosidade, abnegação e amor incondicional? Já não vimos pessoas assim? Como você responderia a esse tipo de argumento? |
Paul Kevin Wells | Grand Prairie, EUA
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