A dieta original
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. 29 E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. Gên 1:26-30
A dieta original era totalmente vegetariana. Consistia de cereais, frutas, castanhas e verduras (ver Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 296). Parece ter sido semelhante à que Daniel e seus companheiros adotaram (Dn 1:11-15, 19, 20). Um crescente número de dietistas e cientistas hoje estão comprovando que a dieta vegetariana produz excelente saúde.*
Deus permitiu que os sobreviventes do Dilúvio comessem animais
A Bíblia registra a idade de personagens bíblicos seletos anteriores e posteriores ao Dilúvio. Pode-se verificar que a adição de carne teve o efeito de encurtar consideravelmente a média de vida. Antes do Dilúvio, a média de vida, frequentemente, estava acima da marca dos 900 anos, sendo que Matusalém chegou perto dos mil anos, pois viveu 969 (Gn 5:27). Contudo, Lameque viveu apenas 595 anos (Gn 5:32), e Abraão durou até a idade de 175 (Gn 25:7). Na época de Davi, a média de vida já tinha baixado para 70 anos.
A conexão vertical
Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. (Gên 8:20)
Deus disse a Noé que levasse na arca sete pares de cada tipo de animal limpo e dois de cada tipo de animal imundo. Logo após o Dilúvio, Noé sacrificou alguns daqueles animais limpos. Esse sacrifício foi aceitável a Deus. Embora isso não seja declarado em Gênesis, Levítico 11 e Deuteronômio 14 confirmam que Deus estava permitindo o uso apenas de animais limpos para alimento. Assim como Deus só aceitava o uso de animais limpos nos sacrifícios oferecidos a Ele, parece que, se o homem fosse adotar o consumo de carne em sua dieta, Deus só aceitaria o uso do melhor – certos animais limpos. Há um indício aqui da ligação entre o que comemos e nossa relação com Deus – talvez uma ligação entre a qualidade de nossa alimentação e a qualidade de nossa adoração. O apóstolo Paulo parece dar evidências disso em Romanos 12:1 e 1 Coríntios 10:31.
Alimento para um povo santo
Deuteronômio 14 3 Não comam nada que seja impuro. 4 Vocês podem comer a carne dos seguintes animais: vacas, carneiros, cabritos, 5 veados, gazelas, corços, cabritos selvagens, antílopes, carneiros selvagens e gamos. 6 Todos esses animais têm o casco dividido em dois, e ruminam, e podem ser comidos. 7 Mas nenhum animal deve ser comido, a não ser que tenha o casco dividido e que rumine. Portanto, não comam camelos, lebres ou coelhos selvagens, pois ruminam, mas não têm o casco dividido. Para vocês esses animais são impuros. 8 Não comam carne de porco. Para vocês os porcos são impuros porque têm o casco dividido, mas não ruminam. Não comam nenhum desses animais, nem toquem neles quando estiverem mortos. 9 —Vocês podem comer qualquer peixe que tenha barbatanas e escamas, 10 mas não podem comer peixes que não tenham barbatanas nem escamas. Para vocês esses peixes são impuros. 11 —Vocês podem comer qualquer ave pura, 12 porém não comam as seguintes aves: águias, urubus, águias marinhas, 13 açores, falcões, 14 corvos, 15 avestruzes, corujas, gaivotas, gaviões, 16 mochos, íbis, gralhas, 17 pelicanos, abutres, corvos marinhos, 18 cegonhas, garças e poupas; e também morcegos. 19 —Todos os insetos que voam são impuros; vocês não podem comê-los. 20 Mas podem comer todos os insetos puros.
(Levítico 11; Deuteronômio 14). Levítico 11 e Deuteronômio 14 alistam as categorias de alimentos animais que são limpos e que são imundos. Dos animais que vivem sobre a terra, os que têm casco dividido e ruminam eram considerados limpos. Das criaturas que existem na água, só as que têm barbatanas e escamas deviam ser usadas como alimento. Deus deu instruções semelhantes quanto a pássaros e insetos alados. Em Levítico 11:43-46, Deus deixa claro que comer ou tocar o imundo (má higiene) é inaceitável para um povo que pertence a um Deus santo.
Deuteronômio 14:21 proíbe a um israelita comer qualquer coisa encontrada morta; mas o animal morto podia ser doado ou vendido a um estrangeiro como alimento. O povo de Deus era separado para Deus e era, portanto, santo. Assim, para o israelita, a escolha dos alimentos ingeridos parece fazer parte do ser santo.
Comida dos anjos versus as delícias dos egípcios
(Êxodo 16). Deus não planejava que os filhos de Israel continuassem a comer alimentos cárneos. Logo após sua fuga do Egito, Ele tentou desacostumá-los dessas comidas dando-lhes o maná, ou a “comida dos anjos”, como é muitas vezes chamado. Contudo, o povo obviamente estava tendo sérios sintomas de abstinência das panelas de carne do Egito. Por fim, Deus lhes permitiu continuar comendo carne.
Uma mosca na sopa teológica
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Rm 14:17)
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado. (1Tim 4:1-5)
Alguns dos membros judeus na igreja do Novo Testamento estavam tão apegados aos assuntos legais das leis cerimoniais e outras crenças inventadas que queriam forçar seus pontos de vista sobre os novos crentes. Muitas vezes, o debate revolvia em torno de quais alimentos eram ou não permitidos. Em Romanos 14:15-17, Paulo aconselhou os que eram mais maduros em sua compreensão dos assuntos doutrinários a não julgarem os que eram talvez fracos em seu desenvolvimento, mas a se concentrarem nos “preceitos mais importantes da lei” (Mt 23:23, NVI). Há evidentemente um caso semelhante em 1 Timóteo 4:1-5. Aqui Paulo classifica os que forçam suas crenças acariciadas sobre outros como os que “abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios” (verso 1, NVI).
Uma ilustração tirada da comida
a quem se dirigiu, dizendo: Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo; (At 10:28
Alguns comentaristas consideram a visão de Pedro EM (At 10:1-28) uma prova de que Deus endossa o uso de carnes imundas. Adotar esse ponto de vista, contudo, seria uma interpretação errônea do texto, que é simplesmente uma ilustração para ajudar Pedro a vencer seus preconceitos para com os conversos gentios. Até esse ponto, os gentios eram considerados imundos. Pedro entendeu a lição. Se Deus não faz acepção de pessoas, ele também não devia fazer.
Comer, beber e alegrar-se?
Ouça, meu filho, e seja sábio; guie o seu coração pelo bom caminho. Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos” (Pv 23:19-21, NVI).
Em Provérbios 23:19-21, Salomão aconselha contra o associar-se com os que têm tendências para a gula e a intemperança no comer e no beber.
* T. Colin Campbell and Thomas M. Campbell II, The China Study (Dallas : Benbella Books, Inc., 2006), p. 242.
Hoje, muitos afirmam que, nos tempos do Novo Testamento, a Bíblia removeu a distinção entre coisas limpas e imundas. Mas, é muito difícil imaginar por que o Novo Testamento não haveria de mostrar preocupação com a alimentação, que é tão importante para o viver saudável.
4. Paulo escreveu a Timóteo falando sobre a restrição a certos alimentos. O que Paulo disse? Isso significa que agora podemos comer carnes impuras? 1Tm 4:1-5
Neste caso particular, Paulo estava lidando com heresias futuras que proibiriam os cristãos de participar de duas coisas que Deus deu à humanidade na criação: alimentos e casamento. Os alimentos envolvidos são todos os alimentos que Deus criou para o consumo humano.
5. O que há de errado em usar Atos 10 como prova de que o Novo Testamento acabou com a distinção entre alimentos puros e impuros? Veja At 10:28
Ray Allen | Bracknell, Inglaterra
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