Os israelitas haviam levantado acampamento no Sinai e haviam começado sua viagem de 11 dias até Cades, que não estava longe das fronteiras de Canaã. No Sinai, haviam entrado num relacionamento de aliança com Deus, prometendo obedecer aos Dez Mandamentos (Êx 19:8). Contudo, Números 11 a 14 relata como o povo fez exatamente o oposto. Esses capítulos mostram um povo em rebelião contra o Deus onipotente.
Insatisfação no acampamento (Nm 11).
Os israelitas haviam marchado apenas três dias quando começaram a reclamar. Estavam infelizes com a rota tomada e o desconforto físico ao longo do caminho, apesar de saberem que estavam sendo guiados por Deus, que era representado pela nuvem acima deles. Haviam se esquecido rapidamente de que tinha chegado ali por Sua providência e misericórdia.
Também começaram a murmurar sobre o maná, o alimento que Deus estava fornecendo. “O Senhor ficou muito irado” (Nm 11:10), pois o povo deixou de aceitar a provisão diária de alimento que Ele fizera para eles.
“Estivessem eles dispostos a vencer o apetite, em obediência às Suas sábias restrições, e teriam sido desconhecidas entre eles a fraqueza e a moléstia. Seus descendentes teriam possuído força tanto física como mental. Teriam revelado clara percepção da verdade e do dever, discernimento penetrante e são juízo. Mas sua falta de vontade para se sujeitarem às restrições e reclamos de Deus, os impediu em grande parte de alcançar a elevada norma que o Senhor desejava que atingissem, bem como de receber as bênçãos que Ele estava pronto a lhes conceder” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 378).
Rivalidade entre irmãos? (Nm 12).
Em Números 11, Deus havia permitido a designação de 70 anciãos para partilhar o fardo da responsabilidade quando Moisés clamou em angústia. Os irmãos mais velhos de Moisés, Míriam e Arão, não faziam parte desse grupo. Haviam desempenhado papel importante na formação da nação e durante o Êxodo e, no caso de Arão, este continuava a desempenhar papel importante no ministério sacerdotal. Contudo, Deus havia colocado Moisés numa posição de autoridade sobre eles, e ele tinha um relacionamento especial com Deus. Moisés, diferentemente dos outros no acampamento, tinha o privilégio de falar com o Senhor face a face (Nm 12:8 - Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?)
Míriam e Arão invejaram Moisés e foram suficientemente presunçosos para se compararem com ele. Em sua inveja, atacaram sua esposa cusita, falando com desprezo sobre a ascendência dela. Contudo, isso era mais do que mera rivalidade entre irmãos. Míriam e Arão estavam se rebelando contra Deus ao escolher falar contra o líder que Ele apontara. Entregaram-se a um espírito de exaltação própria e se consideraram melhores do que aquele através de quem Deus escolhera atuar.
Nossa força, nosso poder (Nm 13).
Os israelitas finalmente estavam na fronteira de Canaã. O que Deus prometera estava ao alcance da vista. Uma vez mais, porém, foram acometidos de uma moléstia observada anteriormente – amnésia coletiva. Esqueceram-se dos assombrosos milagres que Deus efetuara para livrá-los das garras do Egito. Esqueceram-se de sua experiência do Mar Vermelho. Esqueceram-se de como Deus os havia cuidado e sustentado através de sua experiência no deserto; e se esqueceram de que Deus era quem iria realizar o que prometera.
Foi ideia do povo enviar espias para sondar a terra, não ideia de Deus (Ibid, p. 387). Isso é um claro indicativo de que duvidaram de Suas promessas. A nação a quem Deus havia especialmente Se revelado e com quem havia feito uma aliança, não compreendeu o que Balaão, um profeta pagão, havia profetizado: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que Se arrependa. Acaso Ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?” (Nm 23:19, NVI).
A primeira parte do relatório dos espias sobre a abundância da terra era verdadeira; mas foi eclipsada pelo medo que tiveram do povo poderoso que viram ali. Escolheram olhar com olhos temerosos e sem fé, em vez de olhos cheios de esperança e fé, fortalecidos pela maneira como Deus os estava guiando. Só Josué e Calebe deram um relatório inspirado pela fé em Deus. Canaã foi um presente de Deus, e falando mal dela, o povo estava falando contra Deus e rejeitando o que Ele graciosamente estava lhes oferecendo. Se tão-somente houvessem se lembrado de que o braço do Senhor nunca está encolhido (Nm 11:23)! Quando a força e o poder humano falham, é a ocasião perfeita para que Deus amorosamente demonstre Sua incomparável onipotência.
Nossa força, nosso poder
(Nm 14). Calebe e Josué suplicaram ao povo que não se rebelasse contra Deus (Nm 14:9 - Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o SENHOR é conosco; não os temais.); mas suas súplicas caíram em ouvidos moucos. O povo se preparou para apedrejá-los. A atitude foi de desprezo para com Deus. Continuaram a duvidar dEle e de Seu poder (Nm 14:11 - Disse o SENHOR a Moisés: Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio dele?.)
A contínua rebelião contra Deus resultou na sentença de terem que vaguear durante mais 40 anos no deserto, um ano para cada dia que os espias haviam passado reconhecendo a terra. O povo lamentou esse decreto. Ellen White declara que eles lamentaram mais o juízo do que seus pecados. A ordem para que se retirassem foi para que Deus testasse a submissão deles à Sua vontade (Ibid, p. 391). Contudo, os israelitas permaneceram firmes em sua rebelião. Quando Deus lhes pediu que tomassem a terra, recusaram-se, e quando lhes ordenou que se retirassem, fizeram exatamente o oposto. O exército de Israel foi derrotado porque deixou de compreender que Deus realizaria o que prometeu, não pela força e poder deles, mas por sua estrita obediência a Suas ordens.
Mãos à Bíblia |
Quando Israel voltou tão cedo para a idolatria e adoração ao bezerro de ouro, Moisés implorou a Deus para que o perdoasse, mas “se não”, ele orou, “risca-me, peço-Te, do livro que escreveste” (Êx 32:32). 2. Quando Moisés ouviu e viu o povo “chorando” à porta de suas tendas e clamando “quem nos dará carne a comer?” (Nm 11:4), como ele reagiu? Por que a atitude de Moisés não se justificava? Onde vemos a humanidade imperfeita desse grande homem de Deus? V. 10-15. Nm. 11:10-15 - Então, Moisés ouviu chorar o povo por famílias, cada um à porta de sua tenda; e a ira do SENHOR grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés. Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer. Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria. 3. Em que outra ocasião a humanidade de Moisés se manifestou? Nm 11:21-23 - Respondeu Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo no meio do qual estou; e tu disseste: Dar-lhes-ei carne, e a comerão um mês inteiro. Matar-se-ão para eles rebanhos de ovelhas e de gado que lhes bastem? Ou se ajuntarão para eles todos os peixes do mar que lhes bastem? Porém o SENHOR respondeu a Moisés: Ter-se-ia encurtado a mão do SENHOR? Agora mesmo, verás se se cumprirá ou não a minha palavra! |
Rockella Smith | Savannah, Ilhas Cayman
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