Reencontro - saudades de você - oficial

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Feridas leais feitas por um amigo







Enganados? (Nm 3132). 


A vitória de Israel sobre os midianitas deve ter sido bem impressionante. Seus oficiais comandantes contaram os soldados e descobriram que nem um soldado israelita havia sido morto (Nm 31:49). 


Moisés havia enviado mil homens de cada tribo à batalha (Nm 31:5), e todos voltaram vitoriosos. Seria possível que os rubenitas e gaditas tenham se enganado pensando que as conquistas a oeste do Jordão seriam tão fáceis como essa? Que sua ausência entre os homens de guerra não faria qualquer diferença?


Ou talvez tenha sido apenas uma simples questão de ganância. Deus já havia dito a Moisés que a terra devia ser distribuída por sortes (Nm 26:54, 55). Será que a visão das férteis pastagens a leste do Jordão estimulou uma tentativa de antecipar a apropriação de sua parte por escolha?


O fato é que não nos é dito qual foi o real motivo deles. Só podemos presumir o que estava por trás do pedido deles pela resposta que Moisés lhes deu.


Moisés irado (Nm 32:6-14). 


Moisés estava muito perto de 120 anos de idade (Dt 34:12), contudo seus olhos e suas forças não lhe haviam faltado – olhos que haviam visto o exército de faraó afogado no Mar Vermelho, e força que havia arremessado tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus do topo do Monte Sinai. Agora isto! Até hoje sua resposta a Rúben e Gade parece fumegar nas páginas da Bíblia com justa ira. Moisés os acusa de desejarem ficar fora das vindouras batalhas de conquista, de fazerem exatamente o que seus pais haviam feito ao recusar seguir a Deus de todo o coração, e de serem uma “raça de gente pecadora” (Nm 32:14).


Moisés havia acabado de enviar doze mil israelitas à batalha e derrotado cinco reis midianitas (Nm 31:7). Entre os mortos estava a antiga nêmesis de Israel – Balaão, filho de Beor (Nm 31:8). Louvado seja Deus! Mas não é preciso ir à guerra para sofrer derrota! Moisés já havia visto isso muitas vezes antes. Desvie-se da vontade de Deus, e se você tiver sorte, vai morrer uma morte natural no deserto. Moisés amava essas pessoas. Para ele era um fato que Deus amava até essa “raça de gente pecadora”, e assim ele os adverte das terríveis consequências de seus atos. “Se vocês não quiserem segui-Lo, Ele abandonará novamente todo o povo no deserto, e eles serão destruídos por causa de vocês” (Nm 32:15).


Sim. Moisés está irado! Mas note que ele não diz: “Se vocês não me seguirem.” Ele aprendeu a se irar com as coisas pelas quais Deus Se ira, e a não pecar.


Feridas leais (Nm 32:16-42). 


Vamos supor que Rúben e Gade fossem culpados de tudo aquilo do qual Moisés os acusou. Note o efeito das palavras de Moisés: “Então se aproximaram de Moisés e disseram...” (NVI). Qualquer que possa ter sido o motivo deles para fazerem o pedido, a recapitulação dos fracassos de seus pais no passado teve o efeito desejado, e eles se achegaram ainda mais a Moisés.


Na melhor das hipóteses, Rúben e Gade não se ofenderam com as veementes palavras de Moisés contra eles. Na pior das hipóteses, haviam rapidamente se arrependido de seu grave erro e achado uma solução que honrava a Deus. Contudo, ainda não se apressaram a aliviar o medo de Moisés de que outra apostasia estivesse se desenvolvendo. Em vez disso, reafirmaram seu desejo de construir currais para o gado e cidades para suas famílias a leste do Jordão (Nm 32:16). Então, sem qualquer sinal de orgulho ferido pelas severas acusações de Moisés, propuseram-se a ir à frente de todo o Israel e travar as batalhas de conquista a oeste do Jordão.


Moisés respondeu favoravelmente à proposta deles, e o resto de Números 32 toma o formato de um contrato formal, sendo novamente declaradas todas as condições e promessas, bem como as devastadoras consequências de qualquer falha por parte de Rúben e Gade em cumprir sua parte.


Provérbios 27:6 declara que “leais são as feridas feitas pelo que ama”. Rúben e Gade haviam permitido que seus olhos fossem abertos pela fervente ira das palavras de Moisés, porque haviam desenvolvido confiança nele. Mesmo que Moisés estivesse completamente errado em seu julgamento apressado da proposta deles, eles conheciam o coração de Moisés, e não se ofenderam. Que dramática mudança no líder e nos liderados!


Mãos à Bíblia
Quando o Senhor pronunciou audivelmente os Dez Mandamentos (Êxodo 20) no Monte Sinai e ordenou que fosse construído o tabernáculo (Êxodo 25), a segunda geração ainda era criança. Então, Deus decidiu reafirmar, em resumo, o sistema sacrifical para os adultos da segunda geração. Números 28:1-8 descreve a “oferta diária” ou “contínua” de um cordeiro pela manhã e outro à noite. Elas eram organizadas de tal maneira que esse sacrifício estava sempre aceso (Lv 6:913). Essa oferta “diária” ou “contínua” era a cerimônia central do santuário. O sacrifício significava que o perdão e a aceitação de Deus eram constantes por meio do Redentor prefigurado no sacrifício.


6. Leia Romanos 5. O que esse texto nos diz sobre a plenitude e perfeição do sacrifício de Cristo por nós?


Alvin Glassford Berrien Springs, EUA




Nenhum comentário:

Postar um comentário